Submersas estas palavras deste poema, escrito nas águas mornas de um ribeiro que passa.
A cor das metáforas são transparentes das palavras líquidas...
E a prosa que deriva no leito, serpenteando por entre os seixos despidos...
O ribeiro corre na poesia do poema, mas nos meus olhos,
Estes versos escrevem-se nas lágrimas de um choro fluvial...
Escrevendo, sinto-me mergulhar pelo poema abaixo...
E as folhas das árvores são fragmentos de sonhos perdidos e dispersos...
Valsando por entre as sombras.
Flutuando entre as metáforas transparentes e as palavras submersas,
Oiço subitamente uma voz ao longe que me faz acordar de um sonho...
Vejo-a emergir das águas com o corpo e a alma despida...
A imagem nítida da Musa dos meus sonhos.
Com as palavras e metáforas cintilando sobre a pele nua...
Vejo-a chegar-se perto, aproximar-se cada vez mais de mim...
Chamando-me através dos gestos escritos nos lábios e nos dedos...
Entrando por minha alma, possuindo-me!...
Mergulhando dentro do meu corpo... beija-me!...
Entre os meus braços flutuando... consome-me!...
Nadando p'lo meu peito... ama-me!...